segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
mais notícias sobre Cuba
Algumas pessoas fazem comida em casa para ganhar um extra. Fui comer a famosa comida criolla na casa de uma senhora. Almocei sentada na porta da casa dela num pratinho de izopor arroz congrí (que é um arroz com feijão misturado), porco e 1 banana. Gostei tanto que voltei no outro dia para comer novamente, principalmente por que o preço da refeição é 1,00 peso algo equivalente a R$2,00. Comer em Cuba é barato demais e geralmente os preços são parecidos.
Quando tiramos a máquina fotográfica da mochila e saímos caminhando pela cidade com cara de primeira vez nos entregamos: somos turistas. Como diria o pessoal do 5x favela na nossa testa está escrito: temos CUC. A moeda que o estrangeiro tem acesso se chama CUC e vale 25 vezes mais que a moeda nacional. Nas áreas turísticas sempre vem alguém pedir uma ajuda...Alguns cubanos me falaram que o que eles acham mais difícil da vida na cidade é viver com duas moedas, uma moeda nacional desvalorizada que a moeda do salário e outra que circula por conta dos estrangeiros e que vale muito mais. O salário é o mesmo para um médico ou um engenheiro ou até mesmo um garçom, por isso não vemos uma grande diferença social. Alguns médicos se formam e as vezes vão trabalhar com táxi para estar mais próximos dos CUCs com as gorjetas e o transporte de turistas e poder ganhar um pouco mais.
Não vi por Cuba bancas de jornais ou revistas. O único jornal que vi circular foi o do partido comunista. Tem fotos de Che Guevara por toda a cidade e na televisão há canais que passam documentários sobre a revolução o dia inteiro. O povo cubano aprova o comunismo apesar das dificuldades mas algumas pessoas dizem que o país deveria estar mais aberto para algumas pequenas empresas privadas que movimentassem mais a economia. Não vi moradores de ruas, criança na rua nem pensar, quase nem vi crianças cubanas e perguntei a uma pessoa pelas crianças cubanas e ela me respondeu que estavam na escola. As pessoas cuidam muito da educação das crianças. Com dois anos elas já frequentam a escola. O horário da escola geralmente é integral nos conservatórios. Estuda-se a educação geral de manhã e alguma outra habilidade artística a tarde, como música, dança. Na cidade tem muitos estudantes de medicina brasileiros. O governo de cuba dá uma bolsa com alimentação, moradia e faculdade por seis anos. São 400 estudantes brasileiro numa escola de 2300 alunos.
Aqui o cinema é muito importante para o povo cubano. Estava andando pela cidade com os diretores do 5x favela e algumas pessoas nos paravam para dizer que tinham gostado muito de um filme brasileiro chamado 5xfavela. Um senhor cubano nos disse numa sala de cinema que as histórias que se contam nas novelas são muito diferentes das que se vê num filme como o 5xfavela. Essa é a grande magia desse festival ver o mundo através da tela de cinema. Saber que tem mães colombianas que deixaram seus filmes e se foram para a espanha através de um curta metragem super sensível. Ver o Chile tratando com tanta delicadez de um tema como a sexualidade na adolencência. Mostrar nosso país e nosso cinema lá dá muito orgulho. No Brasil temos cartões de crédito, financiamento bancário, carros de luxo, comida farta, mas não temos um festival como esse. Parabéns ao festival internacional del nuevo cine lationamericano, muito obrigada pelo convite e por conhecer Habana!
Cuba não é uma cidade para ser desfrutada da forma com a qual estamos acostumados. A primeira impressão que senti foi de estranheza. Caminhando pela habana vieja sinto que é mais fácil achar um salão de beleza e colocar unhas postiças coloridas e enormes que achar um supermercado e comprar uma variedade de frutas. Variedades para comprar não é o forte de Cuba. Não vi um supermercado do modelo que temos no Brasil. Vi muitos cinemas na cidade e uma paixão muito grande por essa arte. Não só dos estudantes da escola de cinema, que tem muitos estudantes brasileiros, mas é um hábito do povo. Os cinemas são grandes e por conta do festival as filas são enormes e as salas sempre cheias. O povo comenta o filme dura a sessão, levanta, fuma dentro do cinema, reage sempre de forma expansiva e vibra muito quando aparece um ator de novela. Eles acompanham nossas novelas e adoram. O cinema brasileiro lhes dá a oportunidade de ver uma realidade diferente da telenovela. As viagens não são habituais e fartas para eles e uma boa maneira de conhecer o mundo é através das salas de cinema. Isso é o mais bacana desse festival. É um festival internacional do cinema lationamericano que reúne diretores, produtores, atores, roteiristas do mundo todo. Um festival que agrega não só os artistas e produtores dos filmes mas todos os cubanos. Um festival que possibilita que filmes que não chegariam lá por conta de dsitribuição cheguem! Experiência única. Vi um filme lindo da Colômbia que acho que não teria a oportunidade de ver aqui, Las colores de la montaña, filme sensível e que me deixou interessada em acompanhar mais sobre o que acontece hoje na Colombia em relação as guerrilhas e conhecer mais do seu cinema. Vi curta-metragens maravilhosos, filmes cubanos super interessantes, muitos filmes brasileiros. As diferenças sociais não são vistas quando se anda pela cidade. Vi bairros diferentes como Cubanacã onde ficam as embaixadas, bairro bem asfaltado com residências e embaixadas luxosissímas completamente diferentes das casas dos outros bairros por onde andei em que as casas as vezes são sustentadas por madeiras. A grande lição de Cuba é que se pode viver e ser feliz com pouco. Há dias em que se quer cenoura mas se come batata...
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
REVISTA LOLA
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
INDICAÇÃO TROFÉU RAÇA NEGRA 2010
http://www.trofeuracanegra.com.br/website/index.php?option=com_pollxt&Itemid=18
Pré-estréia do Besouro em São Paulo
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010
MIRA
grande atriz: Patrícia Costa
Toda vez quando está pertinho do ano findar eu faço a minha retrospectiva e preparo as minhas intenções para o ano que chegará. Esse não é um texto de retrospectiva, mas mal começo a escrever sobre o presente e caixinha de memórias começa a piscar. Ano passado eu lancei o meu primeiro filme, Besouro, já parece que faz tanto tempo. Participei de um festival de cinema que me deu um prêmio de atriz revelação, mas que na verdade o grande prêmio que levei daquela noite foi a sensação de me sentir incluída. Foi muito engraçado o que senti naquela noite. Tanta gente que admiro estava presente, Zezé Mota, Antonio Pitanga, Elza Soares, Dona Lúcia Rocha (mãe do Glauber Rocha)...e eu estava sentada ao lado deles, no palco, essa sensação foi o meu maior prêmio. Quando 2009 ia virar 2010 coloquei no meu quadro de intenções muitas imagens de teatro. Uma foto do Ensaio.Hamlet (Cia dos atores) representando coletividade, Quartet do Bob Wilson com Isabelle Huppert me convidando a correr riscos...Fui viver a emoção de estar com um filme no Festival de Berlim, entreguei até um Teddy Awards, oscar do cinema gay, e voltei para a Escola de teatro. No meio do primeiro semestre de repente surge Jayme Periard e um convite para a peça Pedaços de Mim. Mulheres, desejos, dores, alegrias, o palco enorme do Teatro Clara Nunes e sobretudo o conhecimento que esse grande ser humano me passou. Eis que surge Orfeu, meu primeiro musical. Agora mais do que nunca eu estava vivendo de maneira concreta tudo o que eu tinha intecionado. Não cheguei a desejar o Aderbal, pois nem pensava em apostar tão alto. Ele veio com seus livros, seu sorriso sem fim, sua gentileza. Mira era tão distante de mim e agora já é tão próxima, ela me ensinou que estar em dias com a auto-estima ajuda muito na hora de pisar no palco. Todo mundo que veio junto com ela foi o grande presente deste ano, nem cabe aqui o que aprendi, o que caminhei. Caberá nos palcos, na estrada de atriz que agora percorro com mais vontade ainda, com medo e ansiedade, mas com muito mais confiança e tranquilidade.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
por caetano veloso
O Globo - RJ - NOTÍCIAS - 03/10/2010
É inacreditável que Barbara Heliodora tenha escrito que um autor teatral não pode usar o tratamento na segunda pessoa. E muito significativo que ela tenha lançado esse anátema como condição para que uma peça se considere brasileira. É a mesma mentalidade que leva um tradutor de Proust a evitar a palavra “raparigas” e tradutores de textos complexos a correrem da tmese como o diabo da cruz. Até parece que estilos nascidos desse tipo de pânico primam pela clareza e pela elegância.Mas não. Leem-se textos onde o único mérito parece ser o do esforço para evitar mesóclises e segundas pessoas. Erros variados e escorregadelas para a pedanteria não são sequer notados por muitos dos que se contorcem nesses dribles. Outro dia, por causa de meus protestos contra o medo da mesóclise, recebi alguns e-mails corrigindo minha suposição de que talvez algo do problema se devesse às campanhas dos sociolinguistas. Dei razão aos que me corrigiram. Mas a verdade é que esse à vontade com que Barbara Heliodora proíbe o uso do tratamento em segunda pessoa não pode deixar de se dever, em parte, a tal campanha. É difícil que simplesmente coincida com ela.Quando eu mantinha um blog para acompanhar a feitura do projeto “Zii e Zie”, disco e show, escrevi, em tom ainda mais apressado e irresponsável do que o faço aqui, sobre as perguntas que me fiz ao ler um bom livro sobre tendências do português brasileiro.Como a descrição da frequência do uso do “você” levava a autora a expor os pronomes pessoais sujeitos como sendo “eu, você, ele, ela, nós, vocês, eles, elas”, em vez de “eu, tu, eles, nós, vós, eles”, fiquei com a impressão de que se sugeria que passássemos a ensinar nas escolas esses pronomes mais usuais — e as variações verbais que os acompanham — e abandonássemos o “tu” e o “vós”, que não usamos na conversa.Descrevi o mal-estar que isso me provocava e enumerei as várias formas conversacionais em que a segunda pessoa do singular é usada comumente.Do “tás me estranhando” carioca ao “viste” (ou “visse”) pernambucano; do “tu é mesmo mané”, também do Rio, ao “tu fala demais” dos gaúchos. Lembrei que em Belém do Pará se flexiona o verbo para a segunda pessoa com considerável frequência.E mencionei o fato de que as crianças entendem perfeitamente bem o que quer dizer um samba-canção ou um rock-balada em que o cantor se dirige à amada na segunda pessoa. Isso sem falar nos textos eruditos.Por causa da reação de alguns comentaristas do blog, fui ler os sociolinguistas militantes — esses que odeiam os professores que ensinam regras de português em jornais ou na TV. Percebi que há uma confusão entre observar como a língua muda e querer desfazer toda a normatividade já consagrada. A explicação era sempre que a norma culta é uma espécie de ideologia da classe dominante que oprime os desassistidos.Nunca passava pela cabeça desses heróis que essa norma tinha se desenvolvido pelo mesmo processo para o qual eles querem chamar a atenção no presente. O povo é o inventa-línguas. A contribuição milionária de todos os erros. Sim. Mas desde sempre. Por que desqualificar a contribuição de milhões de falantes do português que, através dos séculos, nos trouxeram até onde a língua se encontra agora? Então a ideia é que só valerão as regras que se criarem a partir do surgimento de uma sociedade justa e sem classes? Quando é mesmo que vai ser isso? É simplesmente ruim desistir de adestrar nosso povo para o entendimento da nossa língua em todos os seus registros. O português lusitano e o africano, o do sertanejo iletrado e o do doutor em sociologia, o do poeta renascentista e o do teatrólogo moderno, o do cientista e o do sacerdote.Eu próprio não me sinto seguro ao escrever. Cometo erros de ortografia. (Numa resposta a Xexéo — cujo nome já está quase passando o de Liv Sovik em frequência aqui nesta coluna — na época do réveillon em que, no “JB”, eles criaram uma maluquice envolvendo Paulinho da Viola, escrevi “analizar” — ou algo equivalente.Sem memória visual de como era a palavra, segui ( s e m p e n s a r ) uma regra abstrata (isso acontece menos em inglês ou em francês, mas não vou explicar agora por quê). Xexéo, mais uma vez, zombou de mim. Bem feito. E muitas vezes me vejo enrolado na construção de uma frase.Mas amava meu professor de português do Ginásio Teodoro Sampaio, Nestor Oliveira (poeta de olhos azuis e voz bonita) e Dona Candolina (preta gorda competentíssima e energética), do Severino Vieira. E gosto de literatura e de que o acaso tenha feito com que falemos português.Em Londres, quando chegou o disco de Roberto Carlos que tinha “Detalhes”, ouvi a canção com respeito e frieza.Mas quando veio o verso “E até os erros do meu português ruim” eu caí no pranto.Alguém dirá que tenho chorado demais aqui — e sempre por causa de música.Mas é assim. Não quero entrar no mérito da crítica de Barbara Heliodora aos arranjos que Jaques Morelenbaum e Jaime Alem fizeram para as música de Tom: não vi o “ Orfeu ” no Canecão (estou em São Paulo), de modo que não sei se a shakespeariana crítica sentou-se perto de algum alto-falante rachado.Nem quero pensar nisso para não chorar de novo.Mas o “tu” dos versos e das canções não pode ser anatemizado por um preconceito mais idiota e opressivo do que o que pareceu ser o meu quando disse, numa entrevista até bem razoável, que Lula é analfabeto.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Carta-resposta a Bárbara Heliodora
E não fazes nada?
Aderbal Freire-Filho
Vou escrever mais uma vez para comentar (questionar, discutir) uma crítica de teatro? Penso: melhor escrever uma carta (papel de seda?) só para a autora e, talvez com mais proveito, apontar suas incongruências. Fico uns dias vacilando, alimentando dúvidas, mas já devo saber que no fim não resisto.
Depois, não é tanto por mim que escrevo, mas pensando em preservar um pouco a saúde do teatro carioca, que não tem vacinas contra um vírus tão avassalador, alojado na página cultural do jornal de mais prestígio, única página cultural relevante e lida da cidade. O jeito é apelar para os anti-corpos do organismo teatral, isto é, nós mesmos.
E como venho cumprindo esse papel sistematicamente (Hamlet, Macbeth), por que não completar essa trilogia, se tenho aqui a melhor oportunidade de mostrar os equívocos graves dessa(s) crítica(s), tão óbvios eles são nesse caso?
E se em geral imagino o dano causado ao teatro, ao pensar nos seus prováveis leitores, aqui vejo os efeitos concretos. Mais precisamente: devo uma explicação a dois mestres da música brasileira que chegam ao nosso terreiro, o teatro, e se assustam com tamanho despautério. Eles podem dizer: então é esse o nível do teatro brasileiro, é isso que sabem de música no teatro? Bárbara Heliodora é considerada uma autoridade, eles sabem, e se a autoridade fala assim, deve falar em nome de todos. Como acho que posso falar em nome ao menos de outra corrente, tomo a palavra.
Jaques Morelembaum é um mestre reconhecido por todos os grandes compositores e intérpretes da MPB, autor de arranjos para alguns dos expoentes da nossa música. Jaime Além, outro mestre, é o arranjador e maestro da banda de Maria Bethânia há mais de 20 anos. Jaques e Jaime fizeram os arranjos das músicas de Tom e Vinicius para a nossa montagem de Orfeu. Com outro parceiro: Tom, o próprio. Jaques, durante muito tempo, tocou com Tom, com ele viajou, ganhou prêmios. Aqui, Jaques resgatou alguns arranjos originais do maestro e com eles compôs parte do concerto que nos oferece
Digo mais: o “pequeno conjunto”, liderado por Jaques e Jaime é composto de sete músicos de primeira grandeza. Além dos dois (um luxo para um musical a presença deles tocando), estão Marcelo Bernardes (sopros), João Carlos Coutinho (teclados), Rômulo Gomes (baixo), Ronaldo Silva (bateria), Zero Telles (percussão), e quem conhece música brasileira sabe muito bem de quem estou falando, uma seleção brasileira da MPB. Não há, em todos os musicais do nosso teatro – com todo o respeito por seus ótimos músicos – uma banda dessa grandeza presente no palco. Ouvi-los e não perceber a qualidade da música que produzem, já a partir da excepcional abertura, com arranjo do próprio Tom, só tem uma explicação: sensibilidade zero.
Devo também uma explicação ao poeta Vinicius, que nos olha de uma daquelas nuvenzinhas do Chico Caruso e pergunta (com sotaque baiano): o que aconteceu, meu rei, com o teatro brasileiro, que eu deixei avançando? Continua avançando, poeta, apesar desses ataques. Mas é duro. Diz a crítica, por inacreditável que pareça: “tornou-se ainda mais evidente a precariedade do texto de Orfeu, entre outras coisas por preservar o tratamento na segunda pessoa, totalmente superado hoje em qualquer texto que se apresente como brasileiro”.
Bárbara Heliodora destrói de uma penada só todo o teatro de Nelson Rodrigues: vou direto ao nosso autor maior, para não precisar dizer mais nada. Posso pegar qualquer peça do Nelson, abrir ao acaso em qualquer página e comprovar que está lá o tratamento em segunda pessoa, o tratamento usual em suas peças. E nem dizer que ela comete suicídio, pois é esse o tratamento que costuma usar em suas traduções de Shakespeare.
Quanto a mim, só quero desautorizar sua suposição: “a direção parece reconhecer a fragilidade do texto e ...” O texto é ótimo, poesia de altíssimo nível e personagens, situações, diálogos, todos de extraordinária força dramática. Como Vinicius, ao imaginar futuras montagens, considerou seu Orfeu uma obra aberta, desenvolvi algumas indicações do poeta e escrevi cenas baseadas nessas indicações. E dei identidade ao coro e ao corifeu: um poeta e seus amigos. Criando outros registros, a adaptação ressalta a beleza do registro clássico do original. E devo às atrizes e aos atores de Orfeu, que mostram a maioridade do teatro brasileiro, a dimensão ao mesmo tempo épica e natural que é dada a tão rico material dramatúrgico.
O Theatre de L’Odeon, de Paris, em sua temporada oficial, apresentou a versão do diretor Krzysztof Warlikowski para Um bonde chamado desejo de Tenessee Williams, com Isabelle Huppert no papel de Blanche. O diretor acrescentou ao original novos textos e muitas canções. Isso não significa que a peça original é ruim, nem que o diretor não gosta dela. Ah, o teatro andante, esse cavaleiro sempre vivo.
Bom, vou abrir ao acaso qualquer peça de Nelson Rodrigues e... Vejam só o que Ismael diz a Virgínia (Anjo Negro, Teatro Completo, Vol. 2, Ed. Nova Fronteira, pg. 125). Só queria mostrar o mestre em segunda pessoa, mas... pura coincidência!
“Começas a compreender? E não tens medo?”
domingo, 22 de agosto de 2010
Mais passos dados nesta estrada
quarta-feira, 28 de julho de 2010
ORFEU
RELEASE
‘ORFEU’ VOLTA AOS PALCOS MAIS DE 50 ANOS APÓS SUA ESTREIA
COM DIREÇÃO DE ADERBAL FREIRE-FILHO, JAQUES MORELENBAUM E JAIME ALEM
Musical com texto e letras de Vinicius de Moraes e
músicas de Tom Jobim percorre o país a partir de setembro
Na noite de 25 de setembro de 1956, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro presenciou um impacto seguido de perto pelo nascimento de um clássico imediato. O impacto foi causado pelo elenco do Teatro Experimental do Negro – pela primeira vez um time de atores negros ocupava o palco do mais famoso teatro brasileiro. Orfeu da Conceição, obra-prima escrita por Vinicius de Moraes, com música de Tom Jobim e cenários de Oscar Niemeyer. Baseado no mito grego de Orfeu e Eurídice, o musical apesar de ter permanecido só por 10 dias em cartaz, foi muito bem recebido pela crítica da época e se tornou um marco do modernidade musical e teatral brasileira. Passados 54 anos daquela noite histórica, o espetáculo, rebatizado agora apenas de Orfeu, volta ao cartaz com produção de Gil Lopes, direção de Aderbal Freire-Filho, direção musical de Jaques Morelenbaum e Jaime Alem e um elenco formado por 16 atores negros acompanhados em cena por uma banda de sete músicos. A estreia nacional será no dia 9 de setembro, no Canecão, Rio de Janeiro, para uma temporada de duas semanas. De lá, a montagem segue para São Paulo (HSBC Brasil, de 23 de setembro a 3 de outubro), Brasília (Teatro Nacional – Sala Villa-Lobos, de 08 a 10 de outubro), Goiânia (Teatro Rio Vermelho, 14 de outubro), Porto Alegre (Teatro do SESI, 22 e 23 de outubro) e Curitiba (Teatro Guaíra, 27 e 28 de outubro).
Os atores têm formação em canto e dança e foram selecionados por meio de testes disputados por milhares de candidatos de todo o país. “Este elenco responde por grande parte do frescor e da jovialidade do espetáculo”, afirma o produtor Gil Lopes, diretor da ShowBras Produções Artísticas, empresa que há três décadas atua no mercado de shows, espetáculos e eventos no Brasil e no Exterior e que conta, em seu portfólio, com nomes como os de Maria Bethânia, João Gilberto e Adriana Calcanhotto. “Os atores são todos estrelas”, complementa o diretor Aderbal Freire-Filho, para quem Orfeu, em processo de ensaios, já se revela como um dos melhores trabalhos de sua carreira. “No teatro, a estrela não é o diretor, nem mesmo o autor. A estrela é o ator, a atriz.”
O elenco principal do musical traz os nomes de Érico Bras (Orfeu), que também pode ser visto no filme Quincas Berro d’Água, do diretor Sérgio Machado, Aline Nepomuceno (Eurídice), atriz baiana que protagonizou a primeira e segunda temporadas da minissérie global Ó Paí, Ó, Jessica Barbosa (Mira), premiada com o troféu de atriz revelação em 2009 no Festival de Cinema Negro de São Paulo pelo filme Besouro e Wladimir Pinheiro, que estreou na televisão na minissérie Capitu, dirigido por Luiz Fernando Carvalho, e que no musical vive o personagem Poeta. Para dar a dimensão do talento de Érico Bras, de quem é amigo desde os tempos em que ambos integravam o Bando de Teatro Olodum, o ator Lázaro Ramos costuma dizer que “ainda bem que me descobriram antes, senão não teria mais espaço para mim”.
Em mais de meio século, esta é a primeira vez que o espetáculo, cuja trilha traz algumas das mais belas canções da música brasileira e que daria origem à bossa nova, volta a ser apresentado na íntegra. O musical serviu de base para o filme Orfeu Negro, do diretor francês Marcel Camus, que ganhou, em 1959, a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em Hollywood. Em 1999, o diretor Cacá Diegues revisitou a obra original para criar o filme Orfeu, com trilha sonora assinada por Caetano Veloso.
“Quis remontar Orfeu para que não só eu, mas as novas gerações também pudessem ter contato com este clássico da dramaturgia nacional”, acrescenta Gil Lopes. “Este espetáculo é uma espécie de pré-sal cultural do Brasil, é uma riqueza negra enterrada. Trazer Orfeu de volta aos palcos é uma urgência nesta época em que o Brasil se consolida social e economicamente”.
Além das criações originais, foram incluídas algumas canções de Tom e Vinicius no espetáculo. “Acrescentei com bastante liberdade outras pérolas que vieram a ser criadas posteriormente pelos parceiros, buscando sempre visualizar suas relativas inerências estéticas e temáticas à dramaturgia que Aderbal concebe para esta montagem”, explica Morelenbaum. “Essa sacada nos dá a sensação que a obra deles foi uma simples e genial continuação da peça, tamanho é o enquadramento destas canções no contexto”, exalta Jaime, que complementa: “a nova montagem de Orfeu vai despertar no público, nos compositores e artistas contemporâneos, uma reflexão muito séria sobre o que é a música brasileira hoje”.
Os diretores musicais não escondem o entusiasmo em trabalhar com a matéria-prima de Tom e Vinicius. “Para mim, participar de Orfeu não é apenas uma opção de trabalho, é uma dádiva. Eu sou do interior e, muito tímido, não consegui me aproximar do Jobim nas poucas vezes em que tive chance, agora posso abraçá-lo de alguma maneira. E para Vinicius eu dedico cada nota tocada no violão. Ele foi o princípio de tudo”, celebra Jaime. “Mergulhar neste admirável Orfeu da Conceição traz-me a alegria de revisitar um momento iluminado e único, o encontro inaugural entre dois dos maiores gênios artísticos que o Brasil já produziu, Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, e poder compartilhar dessa extraordinária obra, revivendo-a e reconstruindo-a, a fim de que novas gerações tenham a oportunidade de degustar essa rara inspiração”, enaltece Morelenbaum.
Nos últimos anos, o texto de Orfeu voltou a ganhar destaque mundial ao ser citado em A Origem dos Meus Sonhos, a autobiografia do presidente dos Estados Unidos Barack Obama. No livro, Obama descreve a noite em que, aos 16 anos, acompanhou a mãe ao cinema para assistir ao filme Orfeu Negro. “Os olhos dela se iluminaram diante do mito grego dos amantes desventurados, Orfeu e Eurídice, ambientado nas favelas cariocas durante o carnaval...e da promessa de uma outra vida: quente, sensual, exótica, diferente”, escreveu o presidente.
Vinicius de Moraes transportou para as favelas cariocas, num feriado de carnaval, a história de amor de final trágico entre Orfeu e Eurídice. No musical, Orfeu, um sambista que vive no morro, filho de um músico e de uma lavadeira, apaixona-se por Eurídice. A paixão entre Orfeu e Eurídice desperta o ciúme e o desejo de vingança em Mira, ex-namorada do sambista, que leva Aristeu, apaixonado por Eurídice, a matá-la.
“Sabemos que o morro, lugar onde se passa a história de Orfeu, não é mais como era na época em que Vinicius escreveu a peça”, diz o diretor Aderbal Freire-Filho. Ele explica que não teve a intenção de fazer uma atualização, de colocar a violência dos morros atuais como um fator que modificasse a estrutura da peça. “Eu pretendi aqui interferir minimamente nesse núcleo original da história. Vinicius sempre destacou a natureza clássica de seu texto e eu quis preservar essa natureza. Toda a dramaturgia foi criada em torno da história central, nas suas margens, como moldura para a peça”. Os três atos da montagem original foram agora condensados em dois.
Considerando uma referência de Vinicius de Moraes a “um poema em forma de teatro, no qual o autor está profundamente presente”, o diretor Freire-Filho inspirou-se nesta ideia para criar, na atual montagem de Orfeu, o personagem do Poeta, que não representa, necessariamente, a figura de Vinicius. “É o poeta ideal, eterno, um nome que resume muitos poetas, que resume a própria poesia”. A principal virtude da presença deste Poeta, segundo Aderbal, é que ele dirá, em cena, alguns poemas de Vinicius tão conhecidos quanto suas músicas.
O espetáculo, segundo o produtor Gil Lopes, trata do desejo humano do amor acima da vida e da morte, um tema que sempre foi explorado na poesia de Vinicius de Moraes. Orfeu discorre sobre a paixão humana, a obsessão sem limites que ela gera e como ela contamina tudo que está a sua volta. Inspirado em um dos mais belos e trágicos mitos da civilização ocidental, o espetáculo ganha um tom de modernidade conferido pela visão poética de Vinícius. Uma visão que reafirma a paixão como um dos mais nobres sentimentos humanos.
O GIGANTE ACORDOU
Orfeu volta ao cartaz numa época em que muitos teatros de São Paulo e Rio de Janeiro encontram-se ocupados por grandes musicais produzidos originalmente na Broadway ou em Londres. “Em vez de intimidar, esta realidade é motivadora, dá mais vontade de mostrar o que é nosso. A presença dos musicais estrangeiros indica que está na hora de investirmos na produção nacional no gênero”, diz o produtor Gil Lopes. “Neste sentido, nada é mais oportuno do que apresentar Orfeu, o maior musical brasileiro, produto da mais ilustre e vitoriosa parceria na cultura nacional: o encontro de Vinicius de Moraes e Tom Jobim”.
Gil Lopes acrescenta que nos últimos anos, com a estabilidade econômica, os índices de crescimento superlativos e o respeito que o país está angariando da comunidade internacional, o gigante finalmente acordou: “Este momento de afirmação brasileira passa necessariamente pela cultura. A estreia de Orfeu vem justamente estimular este caminho. Da direção ao elenco, da cenografia ao figurino, e passando pelos músicos, tudo que envolve a produção de Orfeu é um luxo só”.
Segundo o produtor, estes 54 anos transcorridos desde a primeira montagem da peça só serviram para lapidar a grandiosidade do espetáculo. “Orfeu é absolutamente recente. Não apenas por contar uma história oportuna, que nos define, mas por trazer as canções de Tom Jobim, consagradas no mundo inteiro e que representam o que de melhor a música brasileira já produziu”.
SINOPSE
“Não sou daqui, sou do morro. Sou o músico do morro. No morro sou conhecido, sou a vida do morro. Eurídice morreu. Desci à cidade para buscar Eurídice, a mulher do meu coração. Há muitos dias busco Eurídice. Todo mundo canta, todo mundo bebe: ninguém sabe onde Eurídice está. Eu quero Eurídice, a minha noiva morta, a que morreu por amor a mim. Sem Eurídice não posso viver. Sem Eurídice não há Orfeu, não há música não há nada. O morro parou, tudo se esqueceu. O que resta de vida é a esperança de Orfeu ver Eurídice nem que seja pela última vez”.
Orfeu da Conceição - Vinicius de Moraes
O mito de Orfeu reúne os principais temas poéticos da obra de Vinicius: a aliança entre a música e a poesia, a presença marcante da mulher, a obsessão pela morte e a fé no amor absoluto. Vinicius de Moraes transportou para as favelas cariocas, um feriado de carnaval, a história de amor de final trágico entre Orfeu e Eurídice. No musical, Orfeu, um sambista que vive no morro, filho de um músico e de uma lavadeira, apaixona-se por Eurídice. A paixão entre Orfeu e Eurídice desperta o ciúme e o desejo de vingança em Mira, ex-namorada do sambista, que leva Aristeu, apaixonado por Eurídice, a matá-la. Numa terça-feira, último dia de Carnaval, Orfeu desce do morro e vai até o Clube Os Maiorais do Inferno depois de Eurídice estar morta. Já ensandecido, ele vai procurar Eurídice para ver sua amada, tentar encontrá-la novamente. De volta à favela, solitário, ele é morto por Mira e pelas outras mulheres açuladas por ela.
MITOLOGIA GREGA
Entre as várias versões do mito de Orfeu, encontramos a que diz que ele era filho do deus Apolo e de Calíope, musa da poesia, Orfeu foi o músico mais virtuoso que já andou sobre a Terra. O som de sua lira, presente do pai, domava os animais selvagens e causava inveja aos rouxinóis. Sua mulher, a ninfa dos bosques Eurídice, também era dona de beleza rara. Um dia, ao fugir das investidas de um outro homem, Eurídice morreu picada por uma serpente. Orfeu, então, mergulhou numa tristeza tão profunda que resolveu descer ao reino dos mortos para tentar resgatar sua amada. Ao se deparar com Hades, o deus dos mortos, ele tocou sua lira de maneira tão pungente e dolorida que a divindade atendeu seu pedido. Eurídice estava autorizada a voltar com Orfeu para o mundo dos vivos com uma condição: ele não poderia olhar para ela durante a travessia. O casal então começou a caminhada, mas, ao avistar o primeiro raio de sol, Orfeu, esquecendo-se da advertência de Hades, olhou para trás para se certificar de que sua amada o estava seguindo. Seu olhar transformou Eurídice numa estátua de sal.
FICHA TÉCNICA
ORFEU
Texto: Vinícius de Moraes
Música original: Antonio Carlos Jobim
Produção: Gil Lopes (ShowBrás)
Direção: Aderbal Freire Filho
Direção musical: Jaques Morelenbaum e Jaime Alem
Cenografia: Marcos Flaksman
Coreografia: Carlinhos de Jesus
Iluminação: Maneco Quinderé
Figurinos: Kika Lopes
Diretora Vocal: Cris Delanno
BANDA:
Violão: Jaime Alem
Cello: Jaques Morelenbaum
Teclado: João Carlos Coutinho
Percussão: Zero Telles
Baixo: Rômulo Gomes
Sopro: Marcelo Bernardes
Bateria: Ronaldo Silva
ELENCO:
Orfeu: Érico Bras
Eurídice: Aline Nepomuceno
Mira: Jéssica Barbosa
Poeta: Wladimir Pinheiro
Prosérpina: Thatiana Pagung
Dama Negra/Mulher do Clube Maiorais do Inferno: Isabel Fillardis
Clio: Maria Salvadora
Apolo/PC/Garçom: Eduardo Canto
Cara de Cavalo/Aristeu/Cérbero: Milton Filho
Amigo do Poeta/Prudentino: Dandara Mariana
Fernandinho/Plutão: Édio Nunes
Amigo do Poeta/Policial: Márcio Vieira
Oficial de Justiça: Patrícia Costa
Amigo do Poeta/Policial: Pedro Lima
Amigo do Poeta/Policial: Rodrigo França
Amigo do Poeta/ Manuel-vizinha-mulher da tendinha: Verônica Bonfim
SERVIÇO RIO DE JANEIRO:
Estreia nacional – dia 09 de setembro (quinta-feira)
de 9 a 19 de setembro
Local: CanecãoAv. Venceslau Brás, 215 – Botafogo
Preços:
Setor VIP: R$ 140,00
Setor A: R$ 120,00
Setor B: R$ 110,00
Setor C: R$ 100,00
Frisa central: 120,00
Frisa lateral: R$ 70,00
Poltrona numerada: R$ 50,00
Camarote: R$ 280,00
Balcão nobre: R$ 110,00
Mezanino: R$ 100,00
Horários:
Quintas, às 21h30
Sextas e sábados, às 22h
Domingos, às 20h30
Informações e compra de ingressos:# BILHETERIAS CANECÃO – Av. Venceslau Brás, 215 / Botafogo.(Horário de atendimento: todos os dias das 12h às 21h20) – a partir do dia 02/08.
# COMPRA PELA INTERNET(www.canecao.com.br / www.ticketronic.com.br / www.bestseat.com.br) (Formas de Pagamento: cartões de crédito, débito e boleto bancário)
Taxa de Compra através da Ticketronic e Bestseat Compra em ponto-de-venda: 12,5% do valor do ingresso (Ticketronic) e 15% do valor do ingresso (Bestseat)Entrega em domicílio Grande Rio de Janeiro: valor do sedex calculado na hora da compra Entrega em domicílio Rio de Janeiro Capital: R$ 8,00 entrega 24 horas antes do evento e R$ 20,00 entrega no mesmo dia da compra se esta for feita até 11:00hs. Para a compra de ingressos para estudantes, aposentados e professores estaduais, os mesmos devem comparecer pessoalmente portando documento na bilheteria respectiva ao show ou nos pontos de venda. Esclarecemos que a venda de meia-entrada é direta, pessoal e intransferível e está condicionada ao comparecimento do titular da carteira estudantil no ato da compra e no dia do espetáculo, munido de documento que comprove condição prevista em lei.
Clientes Clube do Assinante O Globo tem 20% de desconto somente para compra na bilheteria. O limite é de 02 ingressos por pessoa e a promoção não é cumulativa com outros descontos.
Capacidade: 1342 lugaresClassificação: 14 anos. Duração: Aproximadamente 1h30Abertura da Casa: 2h antes do espetáculoAceitam dinheiro e cartões de débito e crédito (Visa e Mastercard)Não aceitam chequesAr condicionado
•SERVIÇO SÃO PAULO:
Dia 23, 24, 25 e 26 de setembro de 2010 e 30 de setembro a 3 de outubro
Horários:
dia 23/9 e 30/9: 21h00;
dias 24 e 25/9 - 01 e 2/10: 22h00;
dia 26/9 e 3/10 : 19h00
Local: HSBC BrasilRua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antonio
Informações e compra de ingressos:# BILHETERIAS HSBC BRASIL - Rua Bragança Paulista, 1281 / Chácara Santo Antônio.(Horário de atendimento: segunda a sábado, das 12h às 22h e domingos e feriados, das 12h às 20h)
# COMPRA POR TELEFONE - Ingresso Rápido - Tel: 4003-1212(Horário de atendimento: segunda a sábado, das 9h às 22h) (Formas de Pagamento: cartões de crédito Visa, Mastercard, Credicard, Diners);
# COMPRA PELA INTERNET(www.hsbcbrasil.com.br / www.ingressorapido.com.br) (Formas de Pagamento: cartões de crédito Visa, Mastercard, Credicard, Diners);
# PONTOS DE VENDA CAPITAL, INTERIOR E OUTROS ESTADOSConsultar www.ingressorapido.com.br
Taxa de Compra através da Ingresso RápidoCompra em ponto-de-venda: 15% do valor do ingressoEntrega em domicílio Grande São Paulo: R$ 15,00Entrega em domicílio São Paulo Capital: R$ 10,00 Retirada na bilheteria: R$ 5,00 Para a compra de ingressos para estudantes, aposentados e professores estaduais, os mesmos devem comparecer pessoalmente portando documento na bilheteria respectiva ao show ou nos pontos de venda da Ingresso Rápido. Esclarecemos que a venda de meia-entrada é direta, pessoal e intransferível e está condicionada ao comparecimento do titular da carteira estudantil no ato da compra e no dia do espetáculo, munido de documento que comprove condição prevista em lei.
Preços
Camarote R$ 180,00
Frisas R$ 60,00
Cadeira Alta R$ 30,00
Setor Vip R$ 140,00
Setor 01 R$ 100,00
Setor 02 R$ 60,00
Setor 03 R$ 30,00
* Clientes HSBC têm pré-venda exclusiva e 20% de desconto. O limite é de 04 ingressos por pessoa e a promoção não é cumulativa com outros descontos.
Capacidade: 1800 lugaresCensura: 14 anos (desacompanhados). Menores dessa idade somente acompanhados dos pais ou responsáveis.Duração: Aproximadamente 1h30Abertura da Casa: 2h antes do espetáculoEstacionamento: Hot Valet (com manobrista) - R$ 20,00 (antecipado – adquirido junto com o ingresso) e R$ 25,00 (na hora)Aceitamos dinheiro e cartões de débito e crédito (Visa, Mastercard, Credicard e Diners)Não aceitamos chequesAcesso para deficientes físicosAr condicionado
Assessoria de Imprensa – HSBC Brasil / Tom JazzCristiane Batista11 5646-2109 begin_of_the_skype_highlighting 11 5646-2109 end_of_the_skype_highlighting ID: 51383*27imprensa@hsbcbrasil.com.brwww.grupotombrasil.com.br
sexta-feira, 16 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
Curso de interpretação para TV
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Parabéns a Jana Guinond e Nina Silva que coordenam essa ong.
VEJAM O SITE: http://estimativa.ning.com/
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Pedaços de mim
sexta-feira, 18 de junho de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Quero convidar a todos para a estreia de Pedaços de mim dia 07 de junho as 21 horas no Teatro Clara Nunes (Shopping da Gávea).
Reflexão sincera, direta, divertida e emocionante, sobre o amor nos dias de hoje, através do olhar de mulheres jovens e independentes.O espetáculo se divide em seis movimentos: O Encontro, O Amor Doído, O Amor Declarado, O Amor Carnal, As Mulheres e O Amor Sonhado.Com simplicidade e delicadeza, este encontro entre amigas, ecoa a voz de muitas mulheres, e revela atalhos, para que homens e mulheres possam se encontrar e se reconhecer através do amor real.
domingo, 23 de maio de 2010
SHOW DE PEDRO MORAES
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Dorinha
Ai jovem moça esquecida
Ai insensato navegante
O infinito num instante
Num instante”
Uma mecha branca no cabelo aos 12 anos de idade é vestir-se do mais puro mistério. Assim era ela, aurora escondida dentro de noite de lua. Maria das Dores, a Dorinha. O tempo de seus olhos era dos marinheiros e dos seus navios. Um dia um marinheiro veio e lhe perguntou seu nome, e ela disse, Dorinha. Um sorriso trocado e eles se foram navegar. A menina até aquele dia tinha lançando sua esperança de ir-se no horizonte. Foram alguns anos morando no mar. E quando os filhos viraram 4 eles resolveram buscar a terra firme. Chegaram no porto da Glória. Tudo parecia uma grande fazenda. De lá dava para ver o outeiro da glória e o mar espumava onde hoje é a rua das feira. Dorinha caminhou pela Glória entre as polacas. Ela ainda era muito menina quando chegou no Rio de Janeiro. Em sua moradia marítima ela se esquecera muita coisa sobre ser humano e aprendera muita coisa sobre ser peixe, ser estrela e ser tempestade marítima. Sua casa no Rio era o barco. Um dia Dorinha foi dar uma volta com as crianças e quando voltou o barco tinha ido embora. Sem entender por quê, se deparou com a rua e aquelas 4 crianças. O menino e a menina mais velha foram para internatos. As de 2 e 3 anos ficaram na rua mendigando com a mãe. Dorinha estava decidida a encontrar seu marido e dedicou sua vida a isso. Trabalhando em hotéis desvendou o segredo das polacas da rua Cândido Mendes. Foi camelô na central do Brasil, doméstica e dançarina.
Um dia estava saindo do trabalho e viu o barco. O ar ficou suspenso e a boca seca. O marinheiro tinha morrido e aquele barco agora lhe pertencia. O mesmo mar que levou seu marinheiro lhe trouxe a herança, que foi transformada em um apartamento na rua do riachuelo. Dorinha não se arrepende. O mar da Glória virou asfalto, e o porto de lembranças desapareceu junto com as polacas da rua Cândido Mendes.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
obra musical de Thiago Amud
por Antônio Máximo Ferraz
VISITEM: http://www.myspace.com/thiagoamud
Com um olho posto na interpretação de nosso tempo, e outro na perene condição do homem, Sacradança é a encenação da divina comédia dentro da qual ele já está desde sempre lançado, a transitar entre o divino e o diabólico. Os dez cantos que compõem o poema apresentam uma chave iniciática: o divino é o abrir-se reverencial do homem para o que o excede (e paradoxalmenteo engrandece). O diabólico é a obliteração do mistério nas mais variadas formas de extravio - do voluntarismo subjetivista ao mercado das ideologias - que terminam por apequenar o humano e torná-lo o sal insípido, com o qual não há de se salgar a Terra. Sob o regime de dessacralização diabólica, o homem se torna a própria Terra Mãe na menopausa.
Entrecruzando uma multiplicidade de vozes, gestos e posturas, Sacradança defaz a idéia de que a música seja somente a expressão dos sentimentos do compositor. Quem prioritariamente fala na obra - e não em seu significado ordinário, como instrumento humano de comunicação, mas como a divina colheita em que se assoma o sentido da pertença do homem à Terra. Trazendo o drama da linguagem para o proscênio, Sacradança realiza um tenso diálogo entre a tradição e a contemporaneidade. Daí resulta uma tessitura musical cheia de dinamismo, em que a canção ora se choca, ora se harmoniza com arranjos que vão do lirismo ao patético e à agonia. Isto é feito com um tônus freqüentemente irônico, de modo a incorporar, na própria estrutura musical da obra, as tensões que ela põe em movimento.
domingo, 14 de março de 2010
Rio de Janeiro
Domingo foi dia de Kurosawa no Mam e de Antonioni no CCBB. Tudo VIP na fila da senha... A cidade se revela sob novas formas que o meu desejo de descobrir me exige.
Editorial de moda - Jornal O Dia
POR MARCIA DISITZER
Baiana Jessica Barbosa adota outros bichos, como zebra e onça, para apimentar o guarda-roupa
Esperta, exibe cachos livres no visual black power. “Alisei o cabelo dos 7 aos 18 anos. Um dia resolvi parar por não saber mais como ele era”, conta a atriz, ressaltando que não fez nenhum corte para os cachos crescerem fartos e lindos. “Ao assumi-los, comecei a trabalhar muito mais”, revela ela, que atuou como modelo na Bahia e em São Paulo antes de se tornar atriz. Agora, morando no Rio, estuda teatro na Martins Pena, delineando um caminho autoral. “Quero me formar e fechar este ciclo”, diz Jessica, que, além de linda, é inteligente.
segunda-feira, 8 de março de 2010
TACHELES
domingo, 7 de março de 2010
A hora da estrela - Pedro Moraes e João Cavalcanti
quinta-feira, 4 de março de 2010
NOVAS CAMINHADAS
Posso dizer que sinto a necessidade de uma preparação para poder escutar. Num ritmo acelerado e disperso muita coisa se perde. Sinto a necessidade de desacelerar, de relaxar e me permitir a escutar...me permitir...
Uma das primeiras etapas da escuta é o silêncio. Não simplesmente deixar de falar, mas sim, alcançar o silêncio da mente. Quantas vezes uma pessoa está falando e eu já estou julgando, confrontando ou pensando sobre o que eu quero falar? Quantas vezes a cidade vem com seus ruídos de pássaros e cigarras confundidos a ambulancias e aviões? Acolher o que o outro diz, receber...
O blog indica aos leitores. Fechem os olhos, respirem profundamente, silenciem (ou busquem silenciar). Abram os ouvidos, que novos sons podem invadir você!
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Recife
Aqui tem muita fruta. Aqui em Recife você compra 4 mangas pelo preço de uma no Rio de Janeiro. Muita pitomba, jabuticaba, jaca, caju, cajá... mas se você vai tomar um suco, só tem de polpa! Se você vai tomar um caipirosca, não tem de caju, só tem de limão, lima e abacaxi...vai entender...
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Metropolis
“ Head and hands need a mediator”
“The mediator between head and hands could be the heart”
A Berlinale começa para mim com um filme que teve sua primeira première em 1927. Depois de oito anos sendo restaurado, ainda faltavam alguns trechos do filme para que ele ficasse completo. Até que foram encontrados os negativos em 16mm, contendo o último corte original, em Buenos Aires, no Museo del Cine Pablo Ducrós. O filme foi exibido com a orquestra sinfônica de Berlim tocando ao vivo. Ao sentar na minha poltrona e ver aquele teatro imenso sem nenhuma cadeira vazia, todos aqueles instrumentos no palco e aquela tela enorme, fiquei muito emocionada. Me dei conta de que estava participando desse festival da melhor maneira possível. É indescritível a sensação de ver um filme com uma orquestra tocando ao vivo.
Fritz Lang dá o seu grito. Ele fala sobre a construção das cidades, ele fala dos homens, das relações humanas, ele sente o mundo e cria, ele cria e sente o mundo. A história fala sobre a vida mas não se disfarça de vida. O filme é “mudo”, afinal de contas, é 1927. Pouco texto e muita ação, no sentido de atuação. A interpretação não tem nada de contenção, de realista, de naturalista. É puramente expressiva. Os corpos dos atores traçam desenhos geométricos. O preto e branco ajuda a ressaltar outros elementos do filme. Por mais que não tenha sido uma opção naquela época, a ausência de cores faz parte da história que é contada nesse filme. Máquinas, fumaça, operários, a metropolis se erguendo, alta, potente e massacrante.
Um filme de Fritz Lang com trilha de Gottfried Huppertz em preto e branco. É realmente muito bom poder ver numa tela enorme uma obra de arte. Os cenários dos filmes de Fritz Lang eram feitos por artistas plásticos, escultores. Risco e expressividade em máxima potência. Por que a gente perdeu isso? Sinto saudade do cinema que não vivi. O silêncio pode nos ajudar a escutar de maneiras novas. A indústria cinematográfica existe, ela quer dinheiro, quem não quer? Será que não há espaço para a arte e a indústria co-existirem ou o mundo de hoje é que anda menos inspirado? Por enquanto, recordar é viver...
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
i don't speak german
bERLIM
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Berlin is very cool
Berlinale
Atravessar o oceano Atlântico e encontrar-me com a brancura das cidades...
Paris me recebeu com neve e tão logo precisei partir para Belim. A brancura desse inverno gelado me deixou serena. Deixei de me importar com o frio, com o cansaço de mais de 12 horas de viagem...estou muito feliz de estar em Berlim. Mais um passo dado com o Besouro. Amigos de Berlim convido a todos a première do Besouro no Berlinale/panorama dia 15 de fevereiro no Zoo Plast!
E quem estiver daí do Brasil e quiser acompanhar o festival através do meu blog, tentarei postar notícias diárias com fotos do festival.
bom carnaval!
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Jéssica
JÉSSICA
por Paloma Espínola
Foi de dentro da árvore, dormia lá no fundo. Tarumã. Um dia o rio se desviou, encostou no tronco, o sol lambeu a copa, os ramos, as folhas. Sentiu a água, abriu os olhos, os braços. Os olhos escuros. A mãe disse que iriam clarear. Todos os dias se espreguiçava, perguntava à mãe: “já clareou?” E eles ficaram claros. Muirapiranga. Esfregava um pé no outro, a umbuzada da tia, doce de banana de Jacobina: “o vento balança o coqueiro, mas não é sereia não, é o velho jangadeiro”: dormia na esteira de palha olhando as estrelas. Baiana. Cresceu, raízes rebentando a terra, saiu pelo mundo. O centro, o meio, zingareio, a saia rodando: seu rosto entrando em outras árvores, nas máscaras, no palco, a seiva, o silêncio. Jéssica: a noite emprestada à pele-madeira, o vôo, os galhos, os olhos claros, a árvore: por dentro, por fora, inteira.
EU AMO
EU AMO
http://www.euamovintage.com.br/
http://www.fabiokotinda.com/
Estava com saudade de fotografar. Fomos pro estúdio do Fábio Kotinda, no recreio dos bandeirantes. Um estúdio num apartamento super charmoso. O Fábio sorria o tempo todo, acho que por isso as fotos ficaram tão boas. As fotos são estas que compõem o site. A equipe toda foi um luxo. Uma honra ser convidada para fazer um ensaio pelo dia da consciência negra. É neste dia que podemos chamar um pouco mais de atenção para o quanto precisamos discutir sobre nós, brasileiros. Sobre o preconceito, sobre inclusão, identidade. Fiquei muito feliz com as fotos!